domingo, julho 02, 2006

Não Kaká, não desculpo!
(Por Mary Farah)

Choveu a madrugada toda e ainda chove em São Paulo.
O dia está cinza. Parece que o tempo resolveu refletir o coração de pouco menos de 180 milhões de brasileiros (não podemos esquecer aqueles que não se importam com o esporte bretão).

A atuação do time nacional (lamento, chamar aquilo de seleção, é elogio) foi patética, para não dizer medíocre. Os telespectadores assistiam pasmos a um jogo que parecia mais um jogo da seleção francesa contra um time de várzea qualquer.

Me abstenho de comentar o desempenho individualmente daqueles que são considerados estrelas. Todas as estrelas estavam apagadas, sem brilho.

Os destaques vieram de nomes novos como Juan, que fez o que podia.
Lúcio, não tão novo, mas que também fez sua parte.

Um time sem vontade, tão sem vontade que correu para o vestiário ao final do jogo. Os jogadores choram quando perdem uma partida disputada com garra. Não haveria choro ali, melhor se "esconder". Um técnico teimoso, que perdeu o "timing" das substituições, mesmo depois de tantas partidas com aquele time amarrado, com jogadores mais velhos que não conseguiam chegar na bola e travavam todo o jogo.

Quando um dos melhores jogadores em campo é o GOLEIRO, está na cara que algo não vai bem no campo.

Se há alguém de quem não se pode fazer um comentário negativo, esse alguém é Dida. E também não tem culpa do que vimos ontem.

Mais patético ainda, é ler algumas declarações do técnico. Dizer que "não estavam preparados para uma derrota". Ó céus! Que copa ele estava jogando? Num universo paralelo, criado por ele, certamente.

Não adianta me estender mais. Seria cutucar uma pequena ferida, como aquelas causadas quando cortamos o dedo com papel. Pequena, mas ardida e que incomoda.

Kaká disse ao final da partida: "Desculpa. Não fomos a verdadeira seleção, com toque de bola, criatividade. Em instante algum fomos a seleção brasileira."

O coração aguenta emoções, mas não tolera burrices.

Por isso, não, Kaká. Não desculpo.

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